O objetivo deste trabalho foi conhecer o processo de dinâmica da vegetação colonizadora em uma área
degradada pela extração de ouro. A área em estudo foi estratificada em três ambientes, sendo que em cada
ambiente foram alocadas dez parcelas contiguas de 100 m
2 cada. Para a abordagem da dinâmica foram
realizados dois inventários da vegetação arbustivo-arbórea incluindo todos os indivíduos com DAS
30 > 3 cm.
O primeiro inventário foi realizado no ano de 2008 e o segundo no ano de 2010. Em 2010, os novos indivíduos
que atingiram o critério de inclusão (recrutas) foram marcados e medidos, os mortos foram registrados e os
sobreviventes mensurados novamente. Foram calculadas as taxas de dinâmica: mortalidade, recrutamento,
ganho e perda em área basal de cada ambiente, ficando evidente a importância da dinâmica como ferramenta
para auxiliar no entendimento das relações de sucessão ecológicas das espécies. Os índices de diversidade
de Shannon entre os três ambientes foram comparados pelo teste
t de Hutcheson e foi utilizada a análise
de espécies indicadoras na determinação das espécies preferências de cada um dos três ambientes prédeterminados.
O número total de indivíduos passou de 707 para 909 em dois anos de intervalo, reforçando
ainda mais a importância de regeneração natural nos processos de sucessão ecológica. O ambiente II
manteve-se como o mais abundante, apesar de apresentar elevada taxa de mortalidade, o que pode ser
explicado pela alta taxa de recrutamento. As espécies
Eremanthus incanus
,
Trembleya laniflora
,
Trembleya parviflora
,
Roupala montana
,
Coccoloba brasiliensis
e
Tibouchina candoleana
, apresentaram maior valor
de importância nos dois levantamentos realizados, mostrando, assim, superioridade na colonização da
área degradada pela extração de ouro, podendo vir a ser indicadas em programas de recuperação de áreas
degradadas que se encontram em condições semelhantes na região de Diamantina.