Diante da importância ecológica que as florestas ciliares representam para o equilíbrio ambiental, este
estudo objetiva indicar espécies nativas para serem usadas na recomposição de florestas ciliares degradadas
existentes na sub-bacia do Rio Peixe-Boi. Foram inventariadas todas as árvores e arbustos com diâmetro
a 1,30 m do solo ≥ 5 cm em dez áreas de floresta secundária e seis de floresta de igapó. Os dados foram
analisados pela Análise de Componentes Principais (ACP) e as espécies avaliadas silviculturalmente através
de revisão bibliográfica. As áreas de igapó tiveram baixo índice de riqueza e diversidade de Shannon, quando
comparado com os dados das florestas secundárias. A composição florística dos igapós foi bem heterogênea,
e há maior similaridade florística entre áreas de maior proximidade geográfica. As florestas secundárias
tiveram grande abundância de indivíduos, alta riqueza, diversidade e equabilidade e foram agrupadas em
função da proximidade geográfica e da idade, o que está diretamente ligado ao estádio sucessional. A análise
ACP estabeleceu a importância ecológica de 29 espécies arbóreas, contudo, foram encontradas informações
silviculturais de apenas dez espécies. Por apresentarem grande importância ecológica e técnicas silviculturais
viáveis e disponíveis na literatura, as espécies de igapó
Carapa guianensis
,
Pachira aquatica
,
Spondias
mombin
,
Tapirira guianensis
e
Virola guianensis são as mais indicadas para a recomposição dessas áreas,
em associação com as espécies
Inga edulis
,
Jacaranda copaia,
Pseudopiptadenia psilostachya
,
Simarouba
amara
e
Vismia guianensis
de floresta secundária, que podem ser plantadas nas áreas de bordas e adjacentes
às florestas de igapó.