A hidrofobicidade pode ser entendida como a repelência do solo à água, dificultando o seu molhamento. Esse
fenômeno está associado ao recobrimento das partículas do solo por substâncias orgânicas hidrofóbicas,
sendo que atualmente existem inúmeros relatos de repelência à água em áreas de florestas de
Eucalyptus
e
Pinus
. Assim, este trabalho teve por objetivo revisar e elencar os aspectos relacionados à origem dos
compostos hidrofóbicos e os seus efeitos na dinâmica da água no ambiente florestal, além de implicações
no crescimento e desenvolvimento das árvores em florestas de
Eucalyptus e
Pinus. Reconhece-se que
a vegetação local e algumas bactérias e fungos, em função da sua composição química, podem liberar
substâncias orgânicas hidrófobas. Outro fator condicionante é a ocorrência de incêndios e queimadas, que
induzem alterações nos compostos orgânicos e promovem o secamento do solo. Além disso, a composição
granulométrica e o pH do solo podem estar indiretamente associados à ocorrência de repelência à água
no solo. A existência de hidrofobicidade exige uma atenção diferenciada, principalmente em relação ao
uso e manejo do solo, pois afeta diretamente o movimento da água na superfície e no interior do perfil de
solo. Alterações na sortividade, redução da taxa de infiltração, escoamento superficial elevado e ocorrência
de fluxo preferencial são os principais efeitos hidrológicos desse fenômeno. Em função das menores
taxas de infiltração há aumento do escoamento superficial e redução da quantidade de água disponível,
potencializando o processo erosivo e, consequentemente, afetando o crescimento e o desenvolvimento das
plantas.