Este artigo visa discutir os resultados obtidos com a pesquisa que buscou identificar, por meio de indicadores e de informações socioeconômicas, se a atividade de exploração da amêndoa do baru (
Dipteryx alata
Vogel) – uma espécie do Cerrado brasileiro – realizada por organizações privadas (empresas, cooperativas
e associações representativas de agricultores familiares), estabelecidas em municípios goianos e no Distrito
Federal, pode ser caracterizada como uma alternativa sustentável de geração de renda. Nesta pesquisa
mensuraram-se cinco dimensões da sustentabilidade: ambiental, social, econômica, política e da saúde,
por meio de indicadores, além de terem sido identificados os obstáculos enfrentados pelas organizações no
âmbito da cadeia de produção do baru e proposto um modelo de produção para esta amêndoa do Cerrado.
Os resultados demonstraram que, nas condições encontradas, a exploração do baru pelas organizações
amostradas não se configura como uma atividade sustentável de geração de renda, uma vez que atende
parcialmente ao pressuposto, segundo o qual a atividade para ser considerada sustentável deve possuir
um equilíbrio entre as várias dimensões da sustentabilidade. Os obstáculos que as organizações da cadeia
produtiva do baru enfrentam podem constituir em poderoso entrave à sua adequada gestão, contribuindo
também para o comprometimento da sustentabilidade da atividade.