A capacidade das espécies do cerrado de se regenerar a partir da rebrota de estruturas subterrâneas depende
tanto das propriedades físicas e químicas do solo quanto do tempo decorrido após o desmatamento. Na
Estação Ecológica de Itirapina, realizam-se levantamentos florísticos e fitossociológicos dos componentes
herbáceo-subarbustivo e arbustivo-arbóreo da vegetação de cerrado em uma área em regeneração, após
dois anos da remoção de um talhão de
Pinus elliotti
, e em uma área preservada. Em cada uma das duas
áreas, foram lançadas, ao longo de uma transecção, 20 parcelas de 5 x 5 m, distribuídas sistematicamente a
cada 20 m. Nessas parcelas foi amostrado o componente arbustivo-arbóreo (todos os indivíduos lenhosos
com diâmetro do caule no nível do solo igual ou maior a 3 cm). Em cada uma das parcelas foi delimitada
uma subparcela de 0,5 x 0,5 m, em que foi amostrado o componente herbáceo-subarbustivo (todos os
indivíduos lenhosos com diâmetro do caule no nível do solo menor do que 3 cm e todos os não lenhosos).
O menor índice de diversidade encontrado foi para o componente herbáceo-subarbustivo da área em
regeneração (1,29 nats.indivíduo
-1), enquanto que o maior foi para o componente herbáceo-subarbustivo
da área de cerrado preservado (2,75 nats.indivíduo
-1). Entre as áreas em regeneração e preservada, os
índices de similaridade de Sørensen, tanto para o componente herbáceo-subarbustivo (0,23) quanto para
o componente arbustivo-arbóreo (0,31), mostraram uma baixa semelhança florística entre as áreas. Além
disso, a densidade e a riqueza para ambos os componentes foram significativamente maiores para o cerrado
preservado. Os resultados encontrados mostraram que os dois anos decorridos desde o corte raso de
Pinus
elliotti não foram suficientes para que a vegetação natural se restabelecesse no talhão.