O processo de revegetação representa uma alternativa para recuperação de áreas com solo exposto.
Este trabalho objetivou avaliar o crescimento de mudas de
Dipteryx alata
(baru) e
Astronium fraxinifolium
(gonçalo-alves) em solo degradado, compactado ou não, suplementado com resíduo
agroindustrial e verificar a possibilidade de uso deste como condicionante do solo. O experimento,
conduzido na UNESP/Campus de Ilha Solteira, em cultivo protegido, apresenta três doses de
resíduo (0, 15 e 30 t ha
-1), duas densidades (1,0 e 1,5 g cm
-3) e duas plantas indicadoras (
Dipteryx
alata e
Astronium fraxinifolium). As plantas, arbóreas de cerrado, ocorrem nas proximidades da área
degradada, onde o solo foi coletado. As mudas foram avaliadas 7 meses após desbaste, para altura,
diâmetro do caule, número de folhas, massa fresca e seca da parte aérea e do sistema radicular, e
o solo foi avaliado para análise da fertilidade. Os resultados mostram que o resíduo agroindustrial
(RA) elevou pH, teores de potássio, cálcio e magnésio, e diminuiu o alumínio disponível. O
Dipteryx
alata teve a massa fresca da raiz influenciada negativamente pela compactação e se mostrou pouco
exigente quanto à adição de nutrientes pelo RA. O
Astronium fraxinifolium teve a massa fresca da
raiz e a altura negativamente influenciados pela compactação, enquanto a adição do RA favoreceu
altura, diâmetro do caule, massa fresca e seca da parte aérea e do sistema radicular. A morfologia
das raízes foi alterada pela compactação, nas duas espécies. O substrato utilizado apresenta elevada
capacidade de reorganização, produzindo elevada densidade sem aplicação de força.