O beneficiamento dos minérios de ouro explotados em Paracatu, MG, gera rejeitos com características
químicas e físicas limitantes ao crescimento de plantas, principalmente pelo elevado teor de arsênio (As) e
salinidade. Para a revegetação desse material, é necessário identificar espécies capazes de se desenvolver
sob essas condições. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de quatro espécies arbóreas para a
revegetação de rejeito salino contaminado com As. O substrato de plantio consistiu em rejeitos provenientes
do beneficiamento do minério B1. As espécies
Tibouchina granulosa
(quaresmeira),
Schizolobium amazonicum
Huber ex Ducke (paricá),
Euterpe edulis
Mart. (juçara) e
Cassia grandis
(cássia-rósea) foram
plantadas por meio de mudas e, após quatro meses de cultivo, foram avaliados atributos dos substratos e
das plantas. Diversas plantas apresentaram sintomas causados, possivelmente, pela toxicidade de As. Esses
sintomas foram mais evidentes e intensos nas plantas de quaresmeira e juçara. No entanto, somente as
plantas de quaresmeira morreram, provavelmente devido à elevada taxa de translocação de As (51%) e à
inexistência de mecanismos de tolerância da espécie. O potencial de uso das espécies para a revegetação do
rejeito segue a ordem paricá > cássia-rósea. Paricá é a que apresenta o maior potencial para a implantação
inicial de vegetação, demonstrando maior capacidade de adaptação às características do rejeito. As espécies
juçara e quaresmeira não são recomendadas para a revegetação do rejeito. Possivelmente o arsênio e/ou a
salinidade comprometem o desenvolvimento das plantas, sendo letais para a quaresmeira.